tag:blogger.com,1999:blog-47471282527373922102024-03-14T10:25:20.968-07:00Owen, Charnock e MantonEste blog é dedicado à tradução e divulgação das obras dos teólogos puritanos John Owen (1616-1683), Stephen Charnock (1628-1680) e Thomas Manton (1620-1677). O seu objetivo inicial é publicar, sem pressa, as obras: A Morte da Morte na Morte de Cristo (Owen); A Existência e os Atributos de Deus (Charnock); e o Comentário sobre a Carta de Tiago (Manton). Tiago Cunhahttp://www.blogger.com/profile/15103101209193817617noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-4747128252737392210.post-59771861731403112702015-11-16T19:08:00.000-08:002016-06-13T10:42:28.214-07:00AO LEITOR (1ª Parte)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhk7TTI8XgnEJGmN0NghuoK8ubsI78lLEis8yrIH9v7Mtnsqvsbubdb0Bxkm78Pg9jeJ7h9JdfExE7EpGNoEANlx2vSOluxOnyZ18whxusosrOmBis88xR2fNMltNzw6q9sI3Fn6_k1xA/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhk7TTI8XgnEJGmN0NghuoK8ubsI78lLEis8yrIH9v7Mtnsqvsbubdb0Bxkm78Pg9jeJ7h9JdfExE7EpGNoEANlx2vSOluxOnyZ18whxusosrOmBis88xR2fNMltNzw6q9sI3Fn6_k1xA/s1600/images.jpg" /></a></div>
<br />
(<span style="color: red;">Nota do Blog: Nesse prefácio ao leitor, Owen faz uso de diversas citações dos clássicos latinos e gregos. Onde foi possível, acrescentei a devida referência e as traduções. Em outras situações, retirei a citação do corpo do texto e a coloquei em notas de rodapé, para facilitar a leitura.</span>)<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Leitor, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Se pretendes ir adiante, peço-te que
permaneças aqui um pouco. Se és, como muitos nesta era fingida, <i>um admirador de sinal ou título</i>, e vens
aos livros como Catão ao teatro<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
para logo sair, tiveste teu entretenimento. Adeus! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Àquele que resolveu analisar seriamente o
presente discurso, e realmente deseja satisfação da Palavra e da razão cristã
acerca das grandes coisas aqui contidas, dirijo umas poucas palavras de
introdução. Temos coisas diversas em vista, que não são de pouca importância, e
estou persuadido de que não podes ignorá-las. Portanto, não te perturbarei com
desnecessárias repetições delas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Somente pedirei tua atenção para prefaciar
um pouco do que está em vista, e do meu presente esforço, como resultado de
algumas de minhas reflexões relacionadas a toda a questão, após mais de sete
anos de séria investigação (baseadas, espero, na força de Cristo e guiadas pelo
seu Espírito) acerca do propósito de Deus quanto a essas coisas, com sério
estudo de tudo o que pude avaliar que a sutileza humana, tanto nos últimos dias
quanto nos antigos, publicou em oposição à verdade. Isso é o que desejo, de
acordo com a medida do dom recebido, aqui asseverar. Algumas coisas, portanto,
quanto ao ponto principal em questão, desejo que o leitor observe.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Primeiro, a afirmação da <i>redenção universal</i>, ou resgate geral, não pode alcançar seu fim
proposto sozinha. Se ela for aceita, a eleição pela livre graça, como a fonte
de todas as posteriores dispensações e de todos os propósitos seletivos do
Todo-Poderoso, que dependem de sua própria boa vontade e desejo, também deve
ser removida do caminho. Portanto, os que no presente<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></a> com
boa vontade guardariam alguma intenção de afirmar a liberdade da livre graça eternamente
distinta arrasam eles próprios completamente, com respeito a qualquer fruto ou desfecho
útil, toda a construção imaginária da redenção geral, que antes tinham erigido.
Alguns deles dizem que há um decreto da eleição “anterior à morte de Cristo”
(como eles próprios absurdamente falam), ou ao decreto da morte de Cristo. Então
entabulam uma dupla eleição<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn3" name="_ednref3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[iii]</span></span><!--[endif]--></span></a>:
uma para tornar alguns filhos; a outra, para tornar o restante servos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Porém, essa eleição de alguns para ser
servos a Escritura chama de reprovação, e dela fala como uma consequência do
ódio, ou propósito de rejeição (Rm 9:11-13) Ser um servo, em oposição a ser
filho e ter a liberdade, é maldição tão elevada quanto se possa expressar (Gn
9:25). É essa a eleição da Escritura? Ademais, se Cristo morreu para trazer
aqueles por quem morreu à adoção e herança de filhos, que bem possivelmente
poderia redundar aos que foram predestinados de antemão apenas para serem
servos? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Outros<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn4" name="_ednref4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[iv]</span></span><!--[endif]--></span></a> dizem
que há um decreto condicional geral de redenção que é anterior à eleição, o
qual afirmam ser o primeiro propósito seletivo relacionado aos homens e a
depender inteiramente da boa vontade de Deus. Negam, contudo, que quaisquer
outros possam participar da morte de Cristo ou dos frutos dela, quer na graça
ou glória, salvo os que foram assim eleitos. Agora, <i>cui bono<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn5" name="_ednref5" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[v]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></i>?
A que propósito serviria o resgate geral, senão o de afirmar que o Deus
Todo-poderoso derramaria o sangue precioso de seu querido Filho por inumeráveis
almas com as quais não terá que compartilhar uma única gota, e, com respeito a
elas, seria derramado em vão, ou, ainda mais, seria derramado por elas para que
pudessem ser ainda mais profundamente condenadas? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Esta fonte, então, de livre graça, este
fundamento da nova aliança, esta base de toda a dispensação do evangelho, este
ventre fértil de todas as distintas misericórdias, o propósito de Deus de
acordo com a eleição deve ser rejeitado, desprezado, blasfemado<i>, </i>para que a fantasia dos homens não
apareça como “<i>Truncus ficulnus, inutile
lignum</i>”<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn6" name="_ednref6" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[vi]</span></span><!--[endif]--></span></a> –
uma linhagem inútil. E todos os pensamentos do Altíssimo, que distinguem homem
de homem, devem ser feitos para ter “ocasião”, dizem alguns; para ser
“causados”, dizem outros, pelos seus próprios esforços santos e espirituais. <i>Gratum opus agricolis</i><a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn7" name="_ednref7" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[vii]</span></span><!--[endif]--></span></a>, – um sacrifício
saboroso ao Baal romano, uma orgia sagrada às crinas deploráveis e duradouras
de São Pelágio<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn8" name="_ednref8" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[viii]</span></span><!--[endif]--></span></a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">E aqui, em segundo lugar, o
livre-arbítrio, <i>amor et deliciae humani
generis</i><a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn9" name="_ednref9" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[ix]</span></span><!--[endif]--></span></a>, a querida
deformação da natureza corrompida, a Palas<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn10" name="_ednref10" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[x]</span></span><!--[endif]--></span></a> ou
amada auto concepção das mentes obscurecidas, acha corações e braços abertos
para seus abraços adúlteros. A sorte é lançada e é passado o Rubicão<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn11" name="_ednref11" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xi]</span></span><!--[endif]--></span></a><a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn12" name="_ednref12" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xii]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
O livro-arbítrio, que se opõe à livre e distinta graça de Deus como o único
adversário, promove-se a si mesmo, isto é, àquela habilidade nata em todos de
abraçar uma porção de misericórdia exposta para todos, sob o nome de livre
graça. “<i>Tantane nos tenuit generis fiducia
vestri?</i><a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn13" name="_ednref13" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xiii]</span></span><!--[endif]--></span></a>” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Essa é a graça livre universalista, que na
frase da Escritura é a natureza amaldiçoada e corrompida. Nem poderia ser de
outro modo. Uma redenção universal sem o livre arbítrio nada mais é senão pesarosa
ficção<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn14" name="_ednref14" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xiv]</span></span><!--[endif]--></span></a>;
o mérito da morte de Cristo sendo para eles como um unguento numa caixa, que
não tem nem virtude nem poder para agir ou alcançar sua própria aplicação sobre
os indivíduos, sendo apenas estabelecido no evangelho para a vista de todos,
para que, os que quiserem, por sua própria força, apoderar-se dele e aplicá-lo
a si mesmos, sejam curados. Daí a prestigiada estima e alto valor que este
antigo ídolo do livre-arbítrio tem alcançado nestes dias, sendo tão útil à
doutrina da expiação geral que esta não pode viver um único dia sem ele. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Deveria passar por verdadeiro o que a
Escritura afirma, isto é, que estamos, por natureza, “mortos em nossos delitos
e pecados”, e não seria deixado ao resgate geral um retalho para ser incendiado
pelo coração. Como a madeira da vinha, ele não produziria um alfinete para
prender uma veste. Tudo isso encontrareis plenamente declarado neste tratado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Mas aqui, apesar de todos os esforços e
tentativas babilônicas dos velhos pelagianos com os últimos arminianos, sua
cria mascarada, terem sido desrespeitosos e relaxados, devo mostrar-lhes
maiores abominações que estas, e descobertas mais avançadas da idolatria dos
corações dos homens. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Na busca por essa redenção universal, não
poucos chegaram (ao que foram facilmente conduzidos) a negar a satisfação e
mérito de Cristo. Veja P. H. que, não sendo capaz de desmanchar, ousadamente
aventurou-se a cortar este nó górdio<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn15" name="_ednref15" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xv]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
mas ao ponto de tornar ambos os fins da cadeia inúteis. À questão: “Cristo
morreu por todas as pessoas ou não?” Responde: “Que ele nem morreu por todos
nem por ninguém, a ponto de obter a vida e a salvação para eles.” <a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn16" name="_ednref16" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xvi]</span></span><!--[endif]--></span></a> Deveria
ser dada voz ao maldito socianismo na gloriosa descoberta da livre graça? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Agora peça por provas dessa afirmativa,
como você poderia justamente esperar daqueles que se deleitam em </span><span style="font-family: "gentium"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">ἀκίνητα κινεῖν</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> (<i>akineta kinein</i><a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn17" name="_ednref17" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xvii]</span></span><!--[endif]--></span></a>) e logos tais
fundamentos, que farão com que todos os justos no mundo se percam desse modo,
serão derrubados: “Projicit ampullas et sesquipedalia verba”<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn18" name="_ednref18" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xviii]</span></span><!--[endif]--></span></a>;
“ὑπέρογκα ματαιότητος” (<i>hypéronka
mataiótetos</i><a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn19" name="_ednref19" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xix]</span></span><!--[endif]--></span></a>)
grandes palavras de vaidade, expressões barulhentas, um barulho do vazio, a
linguagem usual dos homens que não sabem o que falar, nem do que falam, é tudo
o que é produzido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Tais produtos desprezíveis têm nossas
barulhentas montanhas! Pobres criaturas, cujas almas são mercadejadas pelos
rostos pintados da novidade e vaidade, ainda que esses Joabes vos cumprimentem
com os beijos da livre graça, não vedes a espada que têm em suas mãos<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn20" name="_ednref20" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xx]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
as quais enfiam entre vossa quinta costela, no próprio coração da fé e de toda
consolação cristã. Parece ser a mais profunda humilhação de nosso bendito
Redentor em carregar o castigo de nossa paz e punição de nossas transgressões,
sendo feito maldição e pecado, desertado sob a ira e poder da morte, buscando a
redenção e a remissão de pecados através da efusão de seu sangue, oferecendo a
si mesmo como sacrifício a Deus, para fazer reconciliação e adquirir uma
expiação, sua busca dela reforçada com contínua intercessão no santo dos
santos, com todos os benefícios de sua mediação, isto é, que apesar disso tudo
ele de modo algum possa assegurar nem vida nem salvação ou remissão de pecados,
mas apenas servir para declarar que não somos de fato o que sua Palavra afirma
que nós somos, isto é, amaldiçoados, culpados, corrompidos, e apenas na verdade
não lançados no inferno: “Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?” Veja isso
refutado no livro 3. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Agora, essa última asserção [de que não
somos corrompidos e amaldiçoados], exaustivamente imaginada, abriu uma porta e
deu admissão a todas estas pretensas realizações gloriosas [da alma humana] que
metamorfosearam a pessoa e mediação de Cristo em uma imaginária e difundida
bondade e amor, comunicados por um Criador a uma nova criação. Nem mesmo os
dois princípios das fábulas familiares de Cerdão eram mais absurdos. Os números
platônicos e os éons de Valentino<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn21" name="_ednref21" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xxi]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
fluindo dos úteros grávidos da <i>Pleroma,
Aión Téleos, Bythós, Sigé,</i> e o resto, apresentados como altas e gloriosas
realizações da religião cristã, há cerca de 1500 anos, não eram menos
inteligíveis. Nem aquela corrupção das Escrituras por aquele verme do Ponto
chamado Marcião iguala o desprezo e escárnio lançados por estes impotentes
impostores, que excluem de suas considerações suas descobertas sussurradas, e
exaltam suas revelações acima de sua autoridade. Nem alguns se limitam a isso,
mas<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn22" name="_ednref22" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xxii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
o próprio céu é aberto para tudo o mais. Da redenção universal, passando pela
justificação universal, num pacto geral, eles chegaram<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn23" name="_ednref23" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xxiii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
à salvação universal. Dizem que nenhuma perda de direito seria possível para a
herança assim adquirida.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<i><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Quare agite, o juvenes, tantarum in munere laudum,<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<i><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Cingite fronde comas, et pocula porgite dextris,<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<i><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Communemque vocate Deum, et date vina volentes.<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Por isso mesmo,
mancebos troianos, tomais também parte<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">No festival; a
cabeça cobri, levantai vossas taças, <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Vinho bebei com
largueza e invocai pelo nome à deidade.<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn24" name="_ednref24" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xxiv]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Marchai, brava
juventude, no louvor d<span style="font-family: "times new roman" , serif;">a </span>livre graça,<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Cercai vossas
comportas com baías; e colocai copos cheios <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">Em vossas
destras mãos: Bebei livremente, e depois invocai <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;">A esperança
comum, o resgate geral.<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn25" name="_ednref25" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[xxv]</span></span><!--[endif]--></span></a> <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="edn1">
<div class="graf--p">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a> <span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Owen começa
seu endereçamento ao leitor de um modo que nenhum escritor moderno — ávido por
reconhecimento — o faria. A referência é a um dos famosos epigramas de Marco
Valério Marcial, poeta satírico latino. Marcial criticou a presença do severo
Catão, o Censor, no teatro, que inibia a plateia de se divertir com a
licenciosidade das peças representadas, com o seguinte epigrama:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 5pt;">
<i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nosses iocosae dulce cum sacrum Florae festosque
lusus et licentiam uulgi, cur in theatrum, Cato seuere, uenisti? An ideo tantum
ueneras, ut exires?<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 5pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Se conhecias
o culto grato à jocosa Flora, os divertidos gracejos e a licenciosidade do
vulgo, porque vieste, Catão severo, ao teatro? Ou terás vindo só com o fito de
sair?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Vê-se claramente que o uso de Marcial por Owen é um
artifício puramente literário, sem qualquer espécie de julgamento moral sobre o
contexto da passagem aludida. Aos que criticam o melindre extremo dos
puritanos, basta pensar em um pastor usando um poema satírico de Gregório de
Matos ou de Bocage para ornar uma sentença e eis aí uma boa analogia para o uso
que Owen faz de Marcial.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></a> <i>Populo ut placerent, quas fecere fabulas.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn3">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref3" name="_edn3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[iii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Thomas Moore, <i>Universalidade da Livre
Graça.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn4">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref4" name="_edn4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[iv]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Camero, Amirald, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn5">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref5" name="_edn5" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[v]</span></span><!--[endif]--></span></a> Em
benefício de quem?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn6">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref6" name="_edn6" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[vi]</span></span><!--[endif]--></span></a> “Tronco
de figueira, madeira inútil”. A citação é das Sátiras de Horácio. Calvino faz a
mesma citação no livro I, capítulo 11 das Institutas. (N. T.)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn7">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref7" name="_edn7" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[vii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Alusão à 1ª estrofe da Eneida de Virgílio. Carlos Alberto Nunes traduz como:
“Gratas fainas da terra”, e na nota de rodapé dos editores: “Compensadores
trabalhos da terra”. (Virgílio, <i>Eneida. </i>Trad.
Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Editora 34, 2014).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn8">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref8" name="_edn8" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[viii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Pelágio é o monge britânico que se tornou célebre pela controvérsia com
Agostinho, na qual defendia, dentre outras coisas, a possibilidade de se viver
sem pecado, fazendo-se uso do livre-arbítrio. As ideias de Pelágio foram
condenadas no Concílio de Éfeso, em 431. Ao chamá-lo de santo, Owen aponta para
o caráter herético da doutrina da redenção universal, que, na sua concepção,
nada mais era do que uma cria mascarada do velho pelagianismo. (N. T.)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn9">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref9" name="_edn9" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[ix]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Amor e delícia do gênero humano. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn10">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref10" name="_edn10" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[x]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Referência à deusa grega Palas Atena, que, na mitologia grega, foi gerada da
cabeça de Zeus. Daí a comparação com o livre-arbítrio, que para Owen é apenas
fruto de “mentes obscurecidas”. (N. T.)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn11">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref11" name="_edn11" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xi]</span></span><!--[endif]--></span></a> Quando <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Júlio César</span> atravessou
o Rubicão, em <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">49 a.C.</span>, presumivelmente em <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">10 de janeiro</span> do <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">calendário romano</span>, em perseguição a <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Pompeu</span>,
violou a lei e tornou inevitável o conflito armado. Segundo <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Suetônio</span>,
César teria então proferido a famosa frase <i><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Alea jacta
est</span></i> ("a sorte está lançada" ou "os dados
estão lançados"). A frase "atravessar o Rubicão" passou a ser
usada para referir-se a qualquer pessoa que tome uma decisão arriscada de
maneira irrevogável, sem volta. (Wikipedia)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn12">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref12" name="_edn12" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xii]</span></span><!--[endif]--></span></a> “eo
devenere rata ecclesiae”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn13">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref13" name="_edn13" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xiii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Virgílio, <i>Eneida. op. cit. </i>I.132: “De
tanto orgulho vos incha a confiança na própria linhagem?” <o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn14">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref14" name="_edn14" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xiv]</span></span><!--[endif]--></span></a> <i>Phantasiae inutile pondus.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn15">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref15" name="_edn15" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xv]</span></span><!--[endif]--></span></a> Conta-se
que o rei da <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Frígia</span> (<span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Ásia Menor</span>)
morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Oráculo</span> anunciou
que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois. A <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">profecia</span> foi
cumprida por um camponês, de nome <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Górdio</span>,
que foi coroado. Para não esquecer de seu passado humilde ele colocou a
carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Zeus</span>. E a amarrou com um
nó a uma coluna, nó este impossível de desatar e que por isso ficou famoso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
Górdio reinou por muito tempo e quando morreu, seu
filho <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Midas</span> assumiu
o trono. Midas expandiu o império, porém, ao falecer não deixou herdeiros. O
Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio
dominaria toda a Ásia Menor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
Quinhentos anos se passaram sem ninguém conseguir
realizar esse feito, até que em 334 a.C <span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Alexandre, o Grande</span>, ouviu essa lenda ao passar
pela Frígia. Intrigado com a questão, foi até o templo de Zeus observar o feito
de Górdio. Após muito analisar, desembainhou sua espada e cortou o nó. Lenda ou
não o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor poucos anos
depois.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
É daí também que deriva a expressão "cortar o nó
górdio", que significa resolver um problema complexo de maneira simples e
eficaz. (Wikipedia)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn16">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref16" name="_edn16" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xvi]</span></span><!--[endif]--></span></a> Ὦ
τᾶν ποῖόν σε ἔπος φύγεν ἕρκος ὀδόντων;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn17">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref17" name="_edn17" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xvii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Expressão grega que significa “tentar fazer o impossível”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn18">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref18" name="_edn18" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xviii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
“Longas vozes, empolados termos”. A citação é da Arte Poética, de Horácio, na
tradução de Cândido Lusitano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn19">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref19" name="_edn19" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xix]</span></span><!--[endif]--></span></a>
“Palavras jactanciosas de vaidade” (2 Pe 2.3).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn20">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref20" name="_edn20" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xx]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Referência ao célebre general de Davi, que matou à traição tanto Abner quanto
Amasa. É ao relato deste último que se refere Owen. (Ver 2 Samuel 20.10).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn21">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref21" name="_edn21" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xxi] Ireneu, <i>Contra as heresias. Lib. 2.6,7,14,15, etc. Clemente, Stromata, III; Epifânio, Haeresiae, 31; Tertuliano, ad Valen.</i></span></span></span></a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn22">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref22" name="_edn22" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xxii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
“his gradibus itur in coelum”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn23">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref23" name="_edn23" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xxiii]</span></span><!--[endif]--></span></a>
“haud ignota loquor”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn24">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref24" name="_edn24" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xxiv]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Eneida, <i>op. cit. </i>VIII.273 et seq.
Ibid.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="edn25">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref25" name="_edn25" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[xxv]</span></span><!--[endif]--></span></a> Paráfrase
de Owen. O original traz: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
“March on, brave youths, i’ th’ praise of such free
grace,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
Surround your locks with bays; and full cups place<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
In your right hands: drink freely on, then call<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
O’ th’ common hope, the ransom general.”<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
Tiago Cunhahttp://www.blogger.com/profile/15103101209193817617noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4747128252737392210.post-60975084365696573792015-11-13T05:44:00.003-08:002015-11-13T07:10:47.628-08:00Segunda Recomendação de "A Morte da Morte na Morte de Cristo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIIPRpWEAcUfoXY4lxdRcRM8A1NHfRr4w00v0A3ye7FBH41CkFdZRSnJU4FW54gOfqewNhPZ_T2nQxvAUwS84KuAbx9F0TpC6os1ZngWXL7doX3KKUnFzU4C09B-cl6rECzfszaD1e4LE/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIIPRpWEAcUfoXY4lxdRcRM8A1NHfRr4w00v0A3ye7FBH41CkFdZRSnJU4FW54gOfqewNhPZ_T2nQxvAUwS84KuAbx9F0TpC6os1ZngWXL7doX3KKUnFzU4C09B-cl6rECzfszaD1e4LE/s200/images.jpg" width="161" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Posts anteriores:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.<a href="http://owencharnockemanton.blogspot.com.br/2015/11/nota-preliminar-morte-da-morte-na-morte.html"> Nota preliminar</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2. <a href="http://owencharnockemanton.blogspot.com.br/2015/11/primeira-recomendacao-de-morte-da-morte.html">Primeira recomendação, por StanleyGower</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Leitor cristão,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">A você apenas essas palavras são
direcionadas. Se todos e cada um no mundo, nestes dias do evangelho,
efetivamente carregassem este nome precioso de cristão, ou se o nome de Cristo
fosse conhecido a todos, então esse direcionamento seria impróprio, pois ele é
discriminatório. Mas se Deus distingue entre homens e homens, quer escolhamos
ou recusemos, assim é e assim será; há uma distinção - uma distinção que Deus e
Cristo fazem de mero beneplácito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Este livro contende seriamente por essa
verdade, contra o erro da <i>redenção
universal</i>. Com sua permissão, não posso senão chamá-lo de erro, a menos que
tivesse sido, fosse, e, enquanto o mundo continua, deva ser descoberto, de fato,
que Adão, e todos que dele procedem por geração ordinária, são primeiramente firmados
por Cristo, o segundo Adão, em um estado de redimidos e tornado cristãos, e depois
caiam, nações inteiras deles, e percam o direito também a esse estado, e percam sua cristandade; e então ocorra que se tornam ateístas, sem Deus no mundo, e
pagãos, judeus e muçulmanos, como vemos que são hoje.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Conheço o autor deste livro apenas pelo
nome. É sobre o livro em si que tomo sobre mim a ousadia de escrever estas
poucas linhas. Sendo-me entregue para avaliação, eu o li com deleite e
utilidade. Com deleite, pela perspicácia de argumento, clareza e completude de respostas
e franqueza na linguagem; com utilidade, pela defesa das Escrituras abusadas, pela
iluminação de lugares obscuros, e principalmente pela descoberta dos mistérios
ocultos de Deus Pai e de Cristo, na gloriosa e graciosa obra da redenção. O
mesmo prazer e ganho este tratado promete a todos os seus leitores diligentes,
pois a presente controvérsia é tratada de tal modo que a doutrina da fé, na
qual devemos crer, é com destreza ensinada. Sim, a glória de cada pessoa na
unidade da Deidade, quanto à obra da redenção, é distintamente proclamada com
brilhante esplendor, e os erros dos arminianos são golpeados no maxilar, e os
seus panfletos são reprimidos com freios e cabrestos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Quando, na terra, o sangue puder existir
sem a água e o Espírito; quando puder testemunhar sozinho, ou puder testemunhar
lá onde a água e o Espírito não concordem com o registro; quando, no céu, a
Palavra testemunhar sem o Pai e o Espírito Santo; quando o Pai, a Palavra e o
Espírito Santo não forem um, não apenas na <i>essência</i>,
mas também em <i>querer, trabalhar e
testemunhar a redenção de pecadores</i>, então a redenção universal de todo e
cada pecador por Cristo será descoberta como uma verdade, mesmo que o Pai não
os eleja, nem o Espírito da graça os santifique ou os sele. A glória da livre e
seletiva graça de Deus, e a salvação dos eleitos através da redenção que há em Jesus
Cristo (que é externa ou não existe em absoluto), são os sinceros desejos e máximos
propósitos de todos que são verdadeiramente cristãos. Na busca desses desejos e
propósitos, professo que eu mesmo existo para servir a você.<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: right; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Seu em Jesus Cristo,<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: right; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Richard Byfield<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 13pt; line-height: 107%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="edn1">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Richard Byfield foi expulso de Long Ditton, no condado de Surrey, pelo Ato de
Uniformidade. Além de alguns sermões e tratados, foi o autor de um volume: “<i>A Doutrina do Sabbath Defendida</i>”. Sofreu
a suspensão e o confisco por quatro anos por se recusar a ler o <i>Book of Sports</i>. Foi membro da Assembleia
de Westminster. Durante o tempo de Cromwell, surgiu um desentendimento entre
ele e o patrono da paróquia, Sir John Evelyn, sobre os reparos da igreja.
Cromwell os reuniu, foi bem-sucedido em reconciliá-los, e, para firmar a
reconciliação, generosamente adiantou 100 libras, metade da soma necessária
para os reparos. Byfield não conhecia Owen, nem mesmo pelo nome, quando deu a
recomendação a esta obra. Era, então, de alguma importância para Owen que
tivesse a sanção de Byfield, e o favor é recompensado quando este último deve
sua própria reputação com a posteridade pela homenagem que prestou ao jovem e
ascendente teólogo da sua época. (N. E.)<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
Tiago Cunhahttp://www.blogger.com/profile/15103101209193817617noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4747128252737392210.post-59347944993878553422015-11-09T19:03:00.001-08:002015-11-09T19:09:21.892-08:00Primeira Recomendação de "A Morte da Morte na Morte de Cristo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3_KXy0qeqakVlnneAD4vBqj3suAYQUFCKsB_ex_g0dyliDuT58xM80hJmAG074zFFc6cZRHT51Dr7HvJvB5xaXl5HAstcnGAy1W64aTPs0QtGCXfmFQJp0xFAFMb4gCEa6XpCNU8Fvy4/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3_KXy0qeqakVlnneAD4vBqj3suAYQUFCKsB_ex_g0dyliDuT58xM80hJmAG074zFFc6cZRHT51Dr7HvJvB5xaXl5HAstcnGAy1W64aTPs0QtGCXfmFQJp0xFAFMb4gCEa6XpCNU8Fvy4/s200/images.jpg" width="161" /></a></div>
<br />
<br />
<div>
<div id="edn2">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Leitor,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Há dois pilares podres sobre os quais a
fábrica do recente arminianismo (uma cria do antigo pelagianismo, que tínhamos
bem esperado que há muito houvesse esfriado, mas que é aquecido e chocado pela
sagacidade devassa de nossos espíritos degenerados e apóstatas) principalmente
repousa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Um é que <i>Deus ama a todos indistintamente</i>, Caim e Abel, Judas e o resto dos
apóstolos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O outro é que <i>Deus dá</i> (ou melhor, é obrigado <i>ex
debito<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-size: 13pt; line-height: 107%;">[i]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></i>
a assim fazer) <i>tanto Cristo, a grande
dádiva de seu eterno amor, a todos indistintamente, para trabalhar pela
redenção deles, quanto poder para crer (</i>vires credendi<i>) em Cristo a todos indistintamente a quem oferece o evangelho;</i> de
modo que essa redenção pode eficazmente ser aplicada para a salvação deles, se
lhes agradar fazer uso correto daquilo que é assim posto em seu poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O primeiro [pilar] destrói a <i>livre </i>e <i>especial </i>graça de Deus, tornando-a <i>universal</i>. O último dá razão para o homem gloriar-se em si mesmo ao
invés de em Deus, este não concorrendo mais para a salvação de um crente do que
concorre para a de um réprobo. Cristo morreu por ambos igualmente; Deus dá
poder de aceitar Cristo a ambos igualmente. Os próprios homens determinam a
questão pelo seu livre-arbítrio; Cristo torna ambos igualmente “salváveis”, mas
eles próprios são a causa de sua salvação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Essa doutrina maldita contradiz o
propósito principal da sagrada Escritura, que é humilhar e demolir o orgulho do
homem, fazê-lo até desesperar-se de si mesmo e promover e estabelecer a glória
da livre graça de Deus, do princípio ao fim da salvação do homem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O reverendo e erudito autor deste livro
recebeu força de Deus (como um Sansão) para demolir esta casa podre sobre as
cabeças desses filisteus que a sustentam. Leia-o diligentemente e não tenho
dúvida que dirá comigo que há tal variedade de matéria selecionada correndo por
todas as veias de cada discurso aqui manejado, e conduzida com tamanha força de
julgamento são e profundo, e com tal vida e poder de um espírito celeste, e
tudo expresso com palavras vigorosas e grávidas de sabedoria, que você tanto se
deleitará na leitura quanto louvará a Deus pelo escritor. É a minha oração
sincera que tanto ele quanto sua obra sejam mais e mais úteis. <o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: right; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O mais indigno dos ministros do
evangelho,<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: right; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Stanley Gower<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 13pt; line-height: 107%;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a> De
obrigação, ou por obrigação.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></a> Teólogo
puritano de eminência considerável e membro da Assembleia de Westminster. Ele
foi, a princípio, ministro em Brampton Bryan, Herefordshire. Mais tarde, foi
ministro em Dorchester, onde parece ter permanecido em vida até 1660. (N. E.)<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Tiago Cunhahttp://www.blogger.com/profile/15103101209193817617noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4747128252737392210.post-73445144888361898622015-11-08T10:52:00.001-08:002015-12-14T05:54:44.471-08:00Nota Preliminar à Morte da Morte na Morte de Cristo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM7clkh7u9UgZbMJ_z7SxpnWuzRBPIoxnaoXehnx1IAr98QvfCn0v0Rmrh8-_o6cy7RrQw4h6fsz6GjmZ3G4oiGMSesVCOTUIoWvRU1XDbWERPVwk4aoDXC5c49hWsp4DE_Rhqga7Iemk/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM7clkh7u9UgZbMJ_z7SxpnWuzRBPIoxnaoXehnx1IAr98QvfCn0v0Rmrh8-_o6cy7RrQw4h6fsz6GjmZ3G4oiGMSesVCOTUIoWvRU1XDbWERPVwk4aoDXC5c49hWsp4DE_Rhqga7Iemk/s1600/images.jpg" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 14.2pt;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">NOTA
PRELIMINAR<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 14.2pt;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Nos
testemunhos dos pais antigos, que Owen apensou ao tratado seguinte, ele cita
Agostinho e Próspero como autoridades em apoio a sua opinião de uma expiação
definida e eficaz. Embora esses pais, em oposição aos pelagianos e semipelagianos
de seus dias, sustentassem essa visão, o ponto não emergiu em uma proeminência
imperiosa na controvérsia com a qual seus nomes são principal e honradamente
associados. Não foi de modo algum um assunto de especial controvérsia, ou a
chave de sua posição no campo no qual esses Pais ganharam o reconhecimento.
Foi, porém, na disputa que prevaleceu entre Incmaro<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 13pt; line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> e Godescalco<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 13pt; line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>, exatamente quatro séculos
depois que a discussão sobre a extensão da expiação assumiu uma forma distinta
e positiva. As decisões dos diferentes concílios que se reuniram para julgar os
princípios conflitantes será achada no apêndice deste tratado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">A
mesma controvérsia foi renovada na Holanda entre os gomaristas e os arminianos,
quando o Sínodo de Dort, em um de seus artigos, condenou a doutrina remonstrante
de uma expiação universal. Cameron, o esmerado professor de teologia em Saumur,
originou a última discussão importante sobre o assunto, antes que Owen
escrevesse seu tratado a respeito. As opiniões de Cameron foram adotadas e defendidas
com grande habilidade por dois de seus estudiosos, Amyraud e Testard; e no ano
de 1634 surgiu a controvérsia que agitou a igreja francesa por muitos anos.
Amyraud tinha o apoio de Daillé e Blondell e foi habilmente oposto por Rivet,
Spanheim e Des Marets.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Nas
últimas duas instâncias em que a discussão sobre a extensão da expiação reviveu
nas igrejas reformadas, houve uma distinção essencial, muito comumente
subestimada, entre os pontos especiais aos quais as controvérsias
respectivamente diziam respeito. O objetivo do artigo sobre a morte de Cristo,
emitido pelo Sínodo de Dort, era neutralizar a doutrina de que Cristo, pela
expiação, apenas adquiriu para o Pai um direito e liberdade plenários de
instituir um novo procedimento com todos os homens, pelo qual, na condição de que
fossem obedientes, poderiam ser salvos. Os teólogos de Saumur não teriam aceitado essa doutrina como uma representação correta de seus sentimentos. Admitindo
que, pelo propósito de Deus, e através da morte de Cristo, os eleitos são
infalivelmente assegurados no aproveitamento da salvação, eles contendiam por
um decreto antecedente, pelo qual Deus é livre para dar a salvação a todos os
homens por meio de Cristo, na <i>condição </i>de
que cressem nele. Daí que seu sistema fosse denominado <i>universalismo hipotético.</i> A diferença vital entre essa teoria e a
arminiana estrita subjaz na segurança absoluta afirmada naquela primeira para a
recuperação espiritual dos eleitos. Concordam, entretanto, em atribuir algum
tipo de universalidade à expiação e em sustentar que, em uma certa <i>condição</i>, dentro do alcance do
cumprimento por todos os homens, - obediência geralmente, de acordo com os
arminianos, e fé, de acordo com os teólogos de Saumur – todos os homens têm
acesso aos benefícios da morte de Cristo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Para
transmitir consistência à teoria de Amyraud, a fé deve, em algum senso, ser apropriada
para todos os homens; e ele sustentou, por conseguinte, a doutrina da <i>graça universal</i>, em cujo aspecto sua
teoria difere essencialmente da doutrina da expiação universal, como abraçada
por eminentes teólogos calvinistas, que sustentavam a necessidade da <i>operação especial</i> da graça, a fim de
exercitar a fé. Os leitores de Owen entenderão, a partir dessa explicação
apressada, por que ele lida com peculiar agudeza e reiteração de declaração
sobre uma refutação do sistema condicional, ou o sistema da <i>graça universal</i>, de acordo com o nome
que adquiriu em discussões posteriores. Este era plausível; tinha muitos
eruditos entre seus defensores; tinha obtido circulação nas igrejas
estrangeiras; e parecia ter sido abraçada por More, ou Moore, cuja obra sobre “<i>A Universalidade da Livre Graça de Deus</i>”, Owen replica em grande extensão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Thomas
Moore é descrito por Edwards, em seu “<i>Gangraena</i>”,
parte II, p. 86, como “um grande sectário, que causou muito dano em
Lincolnshire, Norfolk e Cambridgeshire; que era famoso também em Boston, Lynn e
até mesmo na Holanda, e era seguido de lugar em lugar por muitos”. Sua obra, em
um volume in-quarto, foi publicada em 1643, e no mesmo ano apareceu uma réplica
de autoria de Thomas Whitefield, “Ministro do Evangelho em Great Yarmouth”. O
Sr. Orme nota que “ele tem cuidado de nos informar em um título de página que
‘Thomas Moore era outrora um tecelão em Wills, próximo de Wisbitch.’” E
acrescenta que, em relação à produção de Moore, “sem aprovar o argumento da
obra, não hesito em dizer que é honrosa aos talentos do tecelão, e não
desonrosa à sua piedade”. O tecelão, deve ser adicionado, foi o autor de
algumas outras obras: “<i>Descoberta dos
Sedutores que Lisonjeiam pelas Casas</i>”, “<i>Sobre
o Batismo</i>”, “<i>Um Discurso sobre o
Sangue e Sacrifício Preciosos de Cristo</i>”, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Em 1650, o Sr. Horne, ministro em Lynn, em
Norfolk, um homem, segundo Palmer (<i>Nonconf.
Mem., iii, pp. 6, 7</i>), “de exemplar e simples piedade” e autor de diversos livros,
publicou uma réplica à obra de Owen, intitulada “<i>A Porta Aberta para a Aproximação do Homem a Deus; ou uma vindicação do
registro de Deus relativo à extensão da morte de Cristo, em resposta ao tratado
sobre o assunto do Sr. John Owen.</i>” Horne tinha uma reputação considerável
por sua habilidade com língua orientais e “algumas de suas observações e
interpretações da Escritura” que, no julgamento de Orme, “não eram indignas da
atenção de Owen”. Este, porém, em sua epístola prefixada à obra “<i>Vindiciae Evangelicae</i>”, expressou sua
opinião de que a obra de Horne não merecia uma réplica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Dois anos após <i>A Morte da Morte</i> ter sido publicada, seu autor teve que defender
alguns dos pontos que havia mantido nela contra um adversário mais formidável e
celebrado. Richard Baxter, em um apêndice a seu “<i>Aforismos sobre a Justificação</i>”, apresentou algumas discordâncias das
opiniões de Owen sobre a redenção. Owen lhe respondeu em um tratado que pode
ser encarado como um apêndice a seu “<i>Morte
da Morte</i>”. Nas discussões entre eles, muito das sutilezas escolásticas
aparece em ambos os lados que é provável que se sinta pouco interesse nesse
departamento da questão geral sobre a qual discordavam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Pode ser necessário declarar precisamente
que opinião Owen realmente sustentava com relação à extensão da expiação. Todas
as opiniões sobre esse ponto, em termos gerais, podem ser reduzidas a quatro.
Há alguns que sustentam que Cristo morreu para que, no fim das contas,
assegurasse a salvação de todos os homens. Há outros que mantêm a opinião
condenada pelo Sínodo de Dort, que pela morte de Cristo Deus é capacitado a
salvar todos ou qualquer um, na condição de que obedeçam. Há um terceiro
partido que, à medida em que creem que Cristo morreu com o fim de
infalivelmente assegurar a salvação dos eleitos, sustentam que, visto que
Cristo, em sua obediência e sofrimentos, fez o que todos os homens estavam na
obrigação de fazer, e sofreu o que os homens mereciam sofrer, sua expiação tem
um aspecto e referência gerais bem como especiais, em virtude do que a oferta
do evangelho pode ser livremente ofertada a eles. Finalmente, há aqueles, entre
eles Owen, que advogam uma expiação limitada ou definida, expiação tal que
implica uma conexão necessária entre a morte de Cristo e a salvação daqueles
por quem morreu, ao passo que o real procedimento da expiação quanto aos
perdidos é deixado entre as coisas não reveladas, salvo apenas que sua culpa e
punição são aumentadas pela rejeição daquela misericórdia oferecida no evangelho.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Hagenbach, em sua “<i>História das Doutrinas</i>”, vol. 2, p. 255, estranhamente afirma que “com
relação à extensão da expiação, todas as denominações, com exceção dos
calvinistas, sustentam que a salvação foi oferecida a todos”. Seria difícil
especificar qualquer calvinista digno desse nome que sustentasse que a salvação
não deveria ser oferecida a todos; e parece ser necessário declarar que Owen
pelo menos, o mais calvinista dos calvinistas, não sustentava essa opinião. Ao contrário,
entre os calvinistas que aderem à doutrina da expiação limitada, tem sido
matéria de debate não se o evangelho deve ser ofertado universalmente, mas em
que base - a simples ordem e garantia da Palavra ou a suficiência intrínseca e
infinita da expiação - a oferta universal do evangelho procede. Talvez esse
ponto nunca esteve formalmente ante a mente de nosso autor, mas ele intima que a
“suficiência inata da morte de Cristo é o fundamento de sua oferta indistinta
aos eleitos e réprobos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Entre as edições valiosas dessa obra,
aquela impressa em Edimburgo, em 1755, sob a superintendência do Rev. Adam Gib,
merece menção honrosa. Foi impressa com algum cuidado; considerável atenção é
dispensada à numeração; e uma análise valiosa da obra inteira é a ela
prefixada. Não nos sentimos na liberdade de adotar a numeração em todos os
aspectos, vez que se usa de mais liberdade com o original do que seria
consistente com os princípios dessa edição das obras de Owen. Reconhecemos
nossas obrigações a ela na preparação da análise, que é em sua maior parte
tomada dela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12.0pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="edn1">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> Incmaro
de Reims (Em <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">latim</span>: <i><span lang="LA">Hincmarus
Rhemensis</span></i>; em <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">francês</span>: <i><span lang="FR">Hincmar</span></i><span lang="FR">)</span>; (<span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">806</span> a <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">882</span>). Foi <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">arcebispo de Reims</span>, amigo,
conselheiro e propagandista de <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">Carlos, o Calvo</span>, e uma das mais importantes figuras da
história da Igreja durante o <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">período carolíngio</span>. <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Tiago/Documents/Tradu%C3%A7%C3%B5es/morte_da_morte.docx#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a> Godescalco de Orbais (em <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">latim</span>: <i><span lang="LA">Gotteschalcus
Orbacensis</span></i>; em <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">francês</span>: <i><span lang="FR">Godescalc</span></i>; em <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">alemão</span>: <i><span lang="DE">Gottschalk</span></i>; (<span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">808</span> a <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">867</span>)
foi um <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">teólogo</span>, <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">monge</span> e poeta <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">saxão</span> que é mais conhecido por ter sido um dos primeiros
advogados da doutrina da <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">dupla</span> <span style="color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">predestinação</span>. <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
Tiago Cunhahttp://www.blogger.com/profile/15103101209193817617noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4747128252737392210.post-43532977779155528072015-11-07T07:27:00.000-08:002015-11-07T07:32:36.403-08:00A EXISTÊNCIA E ATRIBUTOS DE DEUS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHTXMasgBp2qlTaWPR8L1-lHIg8EKjm3ge1-YIoODdn5UTLfx4HYv7wXB8tV7e4nqzK1TeBE88y3hYud8auZATpR9vn-69HahBTly3UhwtxbhjFN365-543yckIDnx7dFCGfkynrnv2TQ/s1600/images+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHTXMasgBp2qlTaWPR8L1-lHIg8EKjm3ge1-YIoODdn5UTLfx4HYv7wXB8tV7e4nqzK1TeBE88y3hYud8auZATpR9vn-69HahBTly3UhwtxbhjFN365-543yckIDnx7dFCGfkynrnv2TQ/s1600/images+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">DISCURSO 1<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">SOBRE A
EXISTÊNCIA DE DEUS</span></b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: center; text-indent: 2.0cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: center;">
<div align="center" class="western" style="line-height: 150%; margin: 4.25pt 0cm;">
<div align="center" class="western" style="line-height: 150%; margin: 4.25pt 0cm;">
<i><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Diz o insensato no seu coração: Não
há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem. </span></i><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">(Salmo 14:1)<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Este salmo é uma descrição da
deplorável corrupção por natureza de todo filho de Adão, desde a secagem daquela
raiz comum. Alguns o restringem aos gentios, como um deserto cheio de
espinheiros e cardos, e não aos judeus, o jardim de Deus, plantado por sua
graça e regado pelo orvalho do céu. Porém o apóstolo, o melhor intérprete, corrige
isso ao estendê-lo nominalmente aos judeus tanto quanto aos gentios: “Pois já
temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado”
(Rm 3:9). Nos versículos 10, 11 e 12, ele cita parte deste salmo e de outras
passagens da Escritura, para dar evidência adicional, concluindo que tanto
judeus quanto gentios, cada pessoa no mundo, se encontra naturalmente nesse
estado de corrupção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O salmista primeiramente declara a
corrupção das faculdades da alma: “Diz o insensato no seu coração”. Depois, o curso
que daí brota: “Corrompem-se...”. O primeiro, em princípios ateístas, o outro,
em práticas vis. E expõe toda a maldade, tirania, luxúria e perseguições dos
homens, (como se o mundo existisse por causa deles) no seu desprezo de Deus, e
o ateísmo acalentado em seus corações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O insensato</span></b><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">,
termo que, na Escritura, designa o ímpio, também usado pelos filósofos pagãos
para nomear uma pessoa viciosa, </span><span style="font-family: Bwhebb; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">lbg</span><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> vindo da palavra </span><span style="font-family: Bwhebb; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">lbn</span><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> significa extinção da vida nos homens, animais e plantas.
Desse modo se usa a palavra para designar uma planta que perdeu toda a
formosura que a fazia amável e útil. Assim, um insensato é alguém que perdeu
sua sabedoria e reta noção de Deus e das coisas divinas, comunicadas a ele pela
criação; é alguém morto no pecado, contudo, nem tanto vazio das faculdades
racionais, como está da graça nessas faculdades. Não é alguém faltoso de razão,
mas que dela abusa. Na Escritura, o termo designa o tolo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-style: italic;">Diz no seu coração</span></b><i><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">.</span></i><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Ou seja, ele pensa, ou duvida, ou deseja. Para Deus,
os pensamentos do coração são na forma de palavras, ainda que não para os
homens. Também é usado, no caso similar ateu: “Diz ele, no seu íntimo: Deus se
esqueceu”; “Diz no seu íntimo que Deus não se importa” (Sl 10:11, 13). Ele não
forma um silogismo, como assevera Calvino, de que não há um Deus; não ousa
publicamente o proclamar, ainda que secretamente ouse pensá-lo. Não consegue
arrasar os pensamentos da deidade, ainda que se esforce para riscar os
caracteres de Deus em sua alma. Tem algumas dúvidas quanto à existência ou não
de Deus; deseja que não tivesse nenhuma, e às vezes espera não ter nenhuma em
absoluto. Não conseguiria assegurar-se, por meio de argumentos convincentes; porém
adulterou com seu próprio coração para trazê-lo a essa convicção e sufocou em
si mesmo aqueles vislumbres de uma deidade. Isto é tão claramente contrário à
luz da natureza que tal homem pode bem ser chamado de tolo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Não há Deus.</span></b><i><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> </span></i><span style="font-family: Bwhebb; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Anjlwv tyl</span><i><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">, non potestas Domini</span></i><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">. Não é Jeová, que denomina a
essência de Deus como o ser primeiro e supremo [que é negado], mas Elohim, nome que designa a
providência de Deus, como um governador e juiz. Não que negue a existência de
um ser supremo que criou o mundo, mas sim, no que diz respeito às suas
criaturas, nega seu governo do mundo, e, por conseguinte, que ele recompense os
justos e puna os ímpios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Há uma tripla negação de Deus. 1. <i>Quoad
existentiam</i>, este é o ateísmo absoluto. 2. <i>Quoad providentiam</i>, ou
sua inspeção, ou cuidado das coisas do mundo, limitando-o ao céu. 3. <i>Quoad
naturam</i>, em relação a uma ou outra das perfeições devidas à sua natureza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Da negação da providência de Deus, muitos
entendem que não se excluam os ateus absolutos, como se pensa ter sido
Diágoras, nem os ateus céticos, como Protágoras, que duvidava que houvesse um Deus.
Os que negam a providência de Deus, negam, com efeito, a sua existência, pois o
privam da sabedoria, bondade, benevolência, misericórdia, justiça e retidão que
são a glória da Deidade. E esse princípio de um ávido desejo de não ser
controlado em suas luxúrias, o qual induz os homens a negarem a providência,
para que, por esse modo, possam sufocar aquelas sementes do temor que infectam
e envenenam seus prazeres pecaminosos, podem também levá-los a negar que haja
um ser semelhante a Deus. Isso para que, de uma só vez, seus temores sejam
todos reduzidos em pedaços e dissolvidos pela remoção do fundamento; são semelhantes
a homens que, desejando a liberdade para cometer as obras das trevas, não se
contentariam em enfraquecer as luzes da casa, mas as apagariam. O que os homens
dizem contra a providência, porque não querem vigilância sobre suas luxúrias,
podem dizer nos corações contra a existência de Deus, pelo mesmo motivo. Há
pouca diferença entre divergir de uma e rejeitar a outra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Corrompem-se e praticam abominação;
já não há quem faça o bem.</span></b><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Ele fala do ateu no singular, <i>o
insensato</i>; porém, da corrupção brotando na vida, fala no plural*, sugerindo
que, conquanto alguns poucos possam asfixiar no coração os sentimentos de Deus
e de sua providência, e positivamente os negar, contudo, há um secreto ateísmo
em todos, que é a fonte das más obras em suas vidas. Não é uma completa negação
da existência de Deus, mas uma negativa ou dúvida de alguns dos atributos de
sua natureza. Quando os homens negam o Deus da pureza, precisam estar poluídos
na alma e no corpo e se tornarão embrutecidos em suas ações. Quando o senso da
religião é abalado, todos os tipos de impiedade rapidamente irrompem, pelos
quais se tornam tão asquerosos a Deus quanto as carcaças putrefatas são aos
homens. Não uma ou duas más ações são produtos desses princípios, mas a
completa cena da vida de um homem é corrompida e se torna execrável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Homem algum está livre de algum odor
de ateísmo pela depravação de sua natureza, a que alude o salmista: “Não há
ninguém que faça o bem”. Ainda que haja indeléveis convicções do ser de Deus,
que não se podem absolutamente negar, contudo há algumas bolhas ateísticas nos
corações dos homens, a que dão evidência pela prática. Como diz o apóstolo:
“Professam que conhecem a Deus, mas o negam por suas obras” (Tt 1:16). As más obras
são poeira levantadas pela respiração ateísta. Dificilmente pode-se dizer que
aquele que se habituou a alguma luxuria sórdida pode séria e firmemente crer
que haja um Deus; e o apóstolo não diz que conhecem a Deus, mas que “professam
conhecê-lo”. O verdadeiro conhecimento e a profissão do conhecimento são
distintos. Também nos sugere os excessos do ateísmo nas suas consequências. Quando
os homens fecham seus olhos para os raios de sol tão claro, Deus se vinga neles
por sua impiedade ao entregá-los às suas vontades, deixando-os cair na mais
profunda sarjeta e escória da iniquidade. E, uma vez que duvidam dele nos
corações, permite-lhes, mais que aos outros, que o neguem por suas obras. Isso
o apóstolo discute com mais amplitude em Romanos 1.24.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O texto, então, é uma descrição da
corrupção humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1. De sua mente. <i>Diz o insensato em seu coração</i>. Nenhum título mais apropriado do
que insensato é concedido ao ateísta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2. Das outras faculdades, 1. Nos
pecados de comissão, expressos pela repulsa: (<i>corrompem-se,</i> <i>abominação</i>);
2. Em pecados de omissão, (<i>Já não há quem
faça o bem</i>). Ele apresenta a corrupção da mente como causa, a corrupção das
outras faculdades como efeito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">I. É uma grande tolice negar ou duvidar
da existência ou ser de Deus, ou seja, o ateu é um grande tolo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">II. O ateísmo prático é natural ao
homem em seu estado corrompido. É contrário à natureza como constituída por
Deus, mas natural para a natureza depravada do homem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">III. Um secreto ateísmo, ou ateísmo
parcial, é a fonte de todas as práticas ímpias no mundo. As desordens da vida
brotam das más disposições do coração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">I. Primeiramente, todo ateu é um
grande tolo. Se não fosse, não imaginaria algo tão contrário ao fluxo da razão
universal no mundo, tão contrário aos ditames de sua própria alma e aos
testemunhos de cada criatura e elo na cadeia da criação. Se não fosse um tolo,
não se despiria da humanidade e se degradaria abaixo do mais desprezível dos
brutos. É tolice, pois ainda que Deus seja tão inacessível que não possamos
conhecê-lo perfeitamente, contudo está de tal modo na luz, que não podemos ser
totalmente ignorantes dele. Assim como não pode ser compreendido em sua
essência, não pode ser desconhecido em sua existência. É tão fácil para a razão
reconhecer que ele existe, como é difícil saber quem ele é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">A demonstração que a razão nos
fornece da existência de Deus dará evidências da tolice ateísta. Alguém poderia
pensar que há pouca necessidade de provar essa verdade, uma vez que, em seu
princípio, parece ser tão universalmente aceita, e, à primeira proposta e
demanda, já ganha o assentimento da maioria dos homens. Mas, <o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1. O crescimento do ateísmo entre nós
não torna essa tarefa necessária? Não pode com justiça se suspeitar que as
nuvens do ateísmo são mais numerosas em nossos tempos do que a história
registra ter sido em qualquer outra época? Hoje os homens não dizem somente em
seus corações, mas proclamam com seus lábios, e se gabam que tenham sacudido as
cadeias que prendem as consciências dos outros homens. Acaso a indulgência
audaciosa dos homens não evidencia sentimento tão firmado, ou ao menos uma
descuidada crença da verdade, que subjaz na raiz e germina em ramos tão
venenosos no mundo? Podem os corações dos homens se ver livres desse princípio
que torna suas práticas tão abertamente depravadas? <o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">É verdade que a luz da natureza
brilha vigorosamente demais para que a força humana possa apagá-la por
completo, contudo ações repulsivas arruínam e enfraquecem os pensamentos e
considerações verdadeiras sobre uma deidade, e são como neblina que escurece a
luz do sol, ainda que não a extinga; suas consciências, como um castiçal, devem
segurá-la, ainda que sua injustiça a obscureça: “Eles detêm a verdade pela
injustiça” (Rm 1.18). Os caracteres esculpidos da lei da natureza permanecem,
ainda que eles os manchem com suas luxúrias lamacentas para torná-los
ilegíveis, de tal modo que a desconsideração da deidade é a causa de toda
impiedade e extravagâncias dos homens. E, como diz Agostinho, é sempre
verdadeira a proposição: “Disse o tolo em seu coração”, e, mais do que nunca, é
evidentemente verdadeira em nossa era. Não será necessário discursar acerca da
demonstração deste primeiro princípio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Os apóstolos gastaram pouco tempo insistindo
nessa verdade, pois era ponto pacífico para todo o mundo, o qual era geralmente
devoto no culto daqueles ídolos que pensava serem deuses. Aquela época corria de
um Deus para muitos; a nossa corre de um Deus para absolutamente nenhum.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2. A existência de Deus é o
fundamento de toda religião. Todo o edifício cambaleia se a fundação sair do
rumo; se não tivermos noções deliberadas e certas dele, não realizaremos culto
algum, nenhum serviço, não teremos afeição alguma por ele. Se não houver um
Deus, é impossível que haja qualquer divindade, pois a eternidade é essencial à
noção de Deus. Portanto, toda religião seria vã e irracional, por reverenciar
aquilo que não existe nem jamais pode existir. Devemos primeiro crer que ele
existe, e que é o que declara ser, antes que possamos buscá-lo, adorá-lo, e
devotar-lhe nossas afeições (Hb 11.6). Não podemos prestar uma devida e regular
reverência a Deus a menos que o compreendamos em suas perfeiçoes, <i>o que </i>ele é; e não podemos prestar-lhe
reverência alguma, a menos que creiamos <i>que
</i>ele é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">3. É adequado que saibamos por que
cremos, e que a nossa fé em Deus possa parecer firmar-se em evidência
irrefutável, e para que possamos dar melhor razão de sua existência do que
aquelas que ouvimos de nossos pais e mestres, e daquelas imaginadas por nossos
conhecidos. É quase dizer que não há Deus quando não sabemos por que cremos que
haja um e não consideramos os argumentos a favor de sua existência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">4. É necessário abater esse secreto
ateísmo que está no coração de todo homem por natureza. Ainda que cada objeto
visível que se oferece aos nossos sentidos apresente a deidade às nossas mentes
e nos exorte a subscrever à sua verdade, contudo há uma raiz de ateísmo brotando,
às vezes, em pensamentos hesitantes e imaginações tolas, ações desordenadas e
desejos secretos. Certo é que todo homem que não ama a Deus o nega. Ora, seria
possível que aquele que lhe é desafeiçoado e tem dele vil temor, [ao mesmo
tempo] deseje sua existência, e diga a seu próprio coração com prazer: “Há um Deus”,
e transforme essa persuasão em seu cuidado principal? Ele persuadiria a si
mesmo de que não há Deus, e sufocaria a semente dele na sua razão e consciência
para que pudesse ter maior liberdade para entreter os afagos da carne.<o:p></o:p></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">É necessário animar os homens a
considerações diárias e verdadeiras sobre Deus e sua natureza, o que seria um
empecilho para a maior parte dessa impiedade que transborda nas vidas dos
homens.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 4.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.25pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">5. Nem é desvantajoso para aqueles
que efetivamente creem nele e o amam*; pois os que se familiarizaram com Deus e
sentiram suas influências poderosas no íntimo dos corações, para que explorem
os relatos satisfatórios que a razão fornece acerca desse Deus a quem adoram e
amam, para que vejam toda criatura justificá-los no reconhecimento deles de
Deus, e nas afeições por ele. De fato, as evidências de um Deus golpeando as
consciências daqueles que resolvem se apegar ao pecado como seu prazer
principal arrojará estes prazeres com misturas indesejadas.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Tiago Cunhahttp://www.blogger.com/profile/15103101209193817617noreply@blogger.com1