sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Segunda Recomendação de "A Morte da Morte na Morte de Cristo"


Posts anteriores:

Leitor cristão,
A você apenas essas palavras são direcionadas. Se todos e cada um no mundo, nestes dias do evangelho, efetivamente carregassem este nome precioso de cristão, ou se o nome de Cristo fosse conhecido a todos, então esse direcionamento seria impróprio, pois ele é discriminatório. Mas se Deus distingue entre homens e homens, quer escolhamos ou recusemos, assim é e assim será; há uma distinção - uma distinção que Deus e Cristo fazem de mero beneplácito.
Este livro contende seriamente por essa verdade, contra o erro da redenção universal. Com sua permissão, não posso senão chamá-lo de erro, a menos que tivesse sido, fosse, e, enquanto o mundo continua, deva ser descoberto, de fato, que Adão, e todos que dele procedem por geração ordinária, são primeiramente firmados por Cristo, o segundo Adão, em um estado de redimidos e tornado cristãos, e depois caiam, nações inteiras deles, e percam o direito também a esse estado, e percam sua cristandade; e então ocorra que se tornam ateístas, sem Deus no mundo, e pagãos, judeus e muçulmanos, como vemos que são hoje.
Conheço o autor deste livro apenas pelo nome. É sobre o livro em si que tomo sobre mim a ousadia de escrever estas poucas linhas. Sendo-me entregue para avaliação, eu o li com deleite e utilidade. Com deleite, pela perspicácia de argumento, clareza e completude de respostas e franqueza na linguagem; com utilidade, pela defesa das Escrituras abusadas, pela iluminação de lugares obscuros, e principalmente pela descoberta dos mistérios ocultos de Deus Pai e de Cristo, na gloriosa e graciosa obra da redenção. O mesmo prazer e ganho este tratado promete a todos os seus leitores diligentes, pois a presente controvérsia é tratada de tal modo que a doutrina da fé, na qual devemos crer, é com destreza ensinada. Sim, a glória de cada pessoa na unidade da Deidade, quanto à obra da redenção, é distintamente proclamada com brilhante esplendor, e os erros dos arminianos são golpeados no maxilar, e os seus panfletos são reprimidos com freios e cabrestos.
Quando, na terra, o sangue puder existir sem a água e o Espírito; quando puder testemunhar sozinho, ou puder testemunhar lá onde a água e o Espírito não concordem com o registro; quando, no céu, a Palavra testemunhar sem o Pai e o Espírito Santo; quando o Pai, a Palavra e o Espírito Santo não forem um, não apenas na essência, mas também em querer, trabalhar e testemunhar a redenção de pecadores, então a redenção universal de todo e cada pecador por Cristo será descoberta como uma verdade, mesmo que o Pai não os eleja, nem o Espírito da graça os santifique ou os sele. A glória da livre e seletiva graça de Deus, e a salvação dos eleitos através da redenção que há em Jesus Cristo (que é externa ou não existe em absoluto), são os sinceros desejos e máximos propósitos de todos que são verdadeiramente cristãos. Na busca desses desejos e propósitos, professo que eu mesmo existo para servir a você.
Seu em Jesus Cristo,
Richard Byfield[i]




[i] Richard Byfield foi expulso de Long Ditton, no condado de Surrey, pelo Ato de Uniformidade. Além de alguns sermões e tratados, foi o autor de um volume: “A Doutrina do Sabbath Defendida”. Sofreu a suspensão e o confisco por quatro anos por se recusar a ler o Book of Sports. Foi membro da Assembleia de Westminster. Durante o tempo de Cromwell, surgiu um desentendimento entre ele e o patrono da paróquia, Sir John Evelyn, sobre os reparos da igreja. Cromwell os reuniu, foi bem-sucedido em reconciliá-los, e, para firmar a reconciliação, generosamente adiantou 100 libras, metade da soma necessária para os reparos. Byfield não conhecia Owen, nem mesmo pelo nome, quando deu a recomendação a esta obra. Era, então, de alguma importância para Owen que tivesse a sanção de Byfield, e o favor é recompensado quando este último deve sua própria reputação com a posteridade pela homenagem que prestou ao jovem e ascendente teólogo da sua época. (N. E.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário