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Leitor cristão,
A você apenas essas palavras são
direcionadas. Se todos e cada um no mundo, nestes dias do evangelho,
efetivamente carregassem este nome precioso de cristão, ou se o nome de Cristo
fosse conhecido a todos, então esse direcionamento seria impróprio, pois ele é
discriminatório. Mas se Deus distingue entre homens e homens, quer escolhamos
ou recusemos, assim é e assim será; há uma distinção - uma distinção que Deus e
Cristo fazem de mero beneplácito.
Este livro contende seriamente por essa
verdade, contra o erro da redenção
universal. Com sua permissão, não posso senão chamá-lo de erro, a menos que
tivesse sido, fosse, e, enquanto o mundo continua, deva ser descoberto, de fato,
que Adão, e todos que dele procedem por geração ordinária, são primeiramente firmados
por Cristo, o segundo Adão, em um estado de redimidos e tornado cristãos, e depois
caiam, nações inteiras deles, e percam o direito também a esse estado, e percam sua cristandade; e então ocorra que se tornam ateístas, sem Deus no mundo, e
pagãos, judeus e muçulmanos, como vemos que são hoje.
Conheço o autor deste livro apenas pelo
nome. É sobre o livro em si que tomo sobre mim a ousadia de escrever estas
poucas linhas. Sendo-me entregue para avaliação, eu o li com deleite e
utilidade. Com deleite, pela perspicácia de argumento, clareza e completude de respostas
e franqueza na linguagem; com utilidade, pela defesa das Escrituras abusadas, pela
iluminação de lugares obscuros, e principalmente pela descoberta dos mistérios
ocultos de Deus Pai e de Cristo, na gloriosa e graciosa obra da redenção. O
mesmo prazer e ganho este tratado promete a todos os seus leitores diligentes,
pois a presente controvérsia é tratada de tal modo que a doutrina da fé, na
qual devemos crer, é com destreza ensinada. Sim, a glória de cada pessoa na
unidade da Deidade, quanto à obra da redenção, é distintamente proclamada com
brilhante esplendor, e os erros dos arminianos são golpeados no maxilar, e os
seus panfletos são reprimidos com freios e cabrestos.
Quando, na terra, o sangue puder existir
sem a água e o Espírito; quando puder testemunhar sozinho, ou puder testemunhar
lá onde a água e o Espírito não concordem com o registro; quando, no céu, a
Palavra testemunhar sem o Pai e o Espírito Santo; quando o Pai, a Palavra e o
Espírito Santo não forem um, não apenas na essência,
mas também em querer, trabalhar e
testemunhar a redenção de pecadores, então a redenção universal de todo e
cada pecador por Cristo será descoberta como uma verdade, mesmo que o Pai não
os eleja, nem o Espírito da graça os santifique ou os sele. A glória da livre e
seletiva graça de Deus, e a salvação dos eleitos através da redenção que há em Jesus
Cristo (que é externa ou não existe em absoluto), são os sinceros desejos e máximos
propósitos de todos que são verdadeiramente cristãos. Na busca desses desejos e
propósitos, professo que eu mesmo existo para servir a você.
Seu em Jesus Cristo,
Richard Byfield[i]
[i]
Richard Byfield foi expulso de Long Ditton, no condado de Surrey, pelo Ato de
Uniformidade. Além de alguns sermões e tratados, foi o autor de um volume: “A Doutrina do Sabbath Defendida”. Sofreu
a suspensão e o confisco por quatro anos por se recusar a ler o Book of Sports. Foi membro da Assembleia
de Westminster. Durante o tempo de Cromwell, surgiu um desentendimento entre
ele e o patrono da paróquia, Sir John Evelyn, sobre os reparos da igreja.
Cromwell os reuniu, foi bem-sucedido em reconciliá-los, e, para firmar a
reconciliação, generosamente adiantou 100 libras, metade da soma necessária
para os reparos. Byfield não conhecia Owen, nem mesmo pelo nome, quando deu a
recomendação a esta obra. Era, então, de alguma importância para Owen que
tivesse a sanção de Byfield, e o favor é recompensado quando este último deve
sua própria reputação com a posteridade pela homenagem que prestou ao jovem e
ascendente teólogo da sua época. (N. E.)
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